segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Produzido de forma "semi-artesanal", animação concorre no Festival Tela Digital



Notícia publicada na edição de 16/09/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 002 do caderno C - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.


José Antônio Rosa
joseantonio.rosa@jcruzeiro.com.br


Pouco mais de dois anos de permanência em Timbó, Santa Catarina, foram suficientes para que o historiador e desenhista sorocabano Rodrigo Ayres de Araújo, mais conhecido como Barão de Pirapora, encontrasse inspiração para produzir "O Catarina", animação selecionada para o Festival Tela Digital, da TV Brasil. Rodrigo lecionava história numa escola da rede pública da cidade, que fica na região de Blumenau, quando teve a ideia de roteirizar um curta que resgatasse as principais passagens, curiosidades e lendas folclóricas do Estado.


O projeto ganhou a forma de desenho que foi inscrito e selecionado para a mostra, parte integrante da programação do canal público. "O Catarina" consiste numa trilogia, cuja primeira parte, "O Cabeleira", é aquela que concorre na categoria de melhor animação. Ao todo, são oferecidos R$ 60 mil em prêmios. O vídeo tem dez minutos de duração, foi exibido no último dia 25 de julho, e pode ser conferido acessando-se o link http://www.teladigital.org.br/teladigital/index.php. A lista com os vencedores será anunciada até o final do ano. Foi, ainda, inscrito no CineFest Votorantim, evento no qual, em 2009, o realizador venceu a mostra regional, com "Amazônia Biodivertida".


Rodrigo realizou o que chama de série. O episódio de estreia é ambientado no século XIX e retrata, sob a ótica de um personagem, o feiticeiro Catiro, momentos marcantes registrados em Santa Catarina. A ação se passa em recantos como a cachoeira de Corupá e conta com as participações de Luca Torin, personagem fictício que convive e contracena com tipos reais e com representantes do folclore daquela região. A narrativa cita a Tomada de Laguna, a pesca de baleia em Imbituba, a origem da praia da Joaquina, um dos pontos mais conhecidos do litoral de Florianópolis, a influência açoriana na cultura local e a cobra gigante chamada "O Cabeleira", de Imbituba.


O trabalho mereceu elogios do governador Raimundo Colombo, que destacou sua importância para o processo de resgate historiográfico. Rodrigo diz que a produção tem um toque "semi-artesanal". Além de escrever, ele desenhou e dubla alguns dos personagens. Conta, também, nesse trabalho de emprestar a voz com a ajuda da própria família. "Minha mulher, primos e até alguns amigos foram escalados para o elenco", contou.


A segunda parte da produção, "O Quebranto", destaca a fundação de Joinville e Blumenau, e trata das lendas das Bruxas de Santa Catarina. "O Famigerado" é o terceiro e último dos episódios, e nele, Torin sobe o Rio Benedito, e segue com alguns tropeiros até Mafra, as cidades gêmeas. Lá, conforme a sinopse, captura um saci que realiza seu desejo de se tornar famoso.


Morando em Piedade, Rodrigo pensa em desenvolver o mesmo trabalho, retratando episódios da história de Sorocaba.

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